Aprendemos muito nesta última viagem, mas acho que a tônica que permeou grande parte de nossos dias foi a questão dos limites e fronteiras.
Ado a-ado cada um no seu quadrado
Logo de saída, fomos barrados em frente ao rio Uruguai, e a Argentina que avistávamos na outra margem teve de esperar. Muita frustração causada pela burocracia e papelada necessária para se cruzar um rio que antes era usado como meio de integração pelos povos indígenas.
Brasileiros no seu quadrado, Argentinos no seu quadrado
Sob uma noite estralada, assistimos ao show de som e luz em São Miguel, e pudemos iniciar finalmente nossa viagem ao mundo missioneiro. Mesmo com um texto já bastante antigo e bem parcial, pudemos verificar que a questão principal dos limites e fronteiras entre os impérios mercantilistas do passado foi a principal causa da ruína do projeto missioneiro.
Agora prestem atenção, o quadrado do lado é o quadrado do inimigo!
Nas visitas que se seguiram, São Miguel, São Lourenço, Santo Inácio Mini, Trinidad, Jesus e São João, verificamos o traçado urbano característico em xadrez, com a praça central articulando as casas dos índios ao seu redor, a Igreja ao fundo, com o colégio e o cemitério aos lados, e mais atrás o Cotiguaçú (casa das viúvas e órfãos). O cemitério é divido em quatro partes (homens, mulheres, meninos e meninas), assim como os setores residenciais distintos para solteiros e casados, jovens e adultos.
Ado a-ado cada um no seu quadrado
Outra importante constatação ao cruzarmos o rio Paraná foi a de que o Paraguai é muito mais belo do que nos pintam. Paisagens de coxilhas verdes, vilarejos rurais e um conjunto de ruínas intocado, esquecido pela história, o que contribuiu para sua preservação. Aliás, o isolamento é algo ainda presente, pois quem se sujeita a 3 horas de espera na alfândega Argentina para retornar do Paraguai? E o Mercosul?
Paraguaios no seu quadrado, Argentinos no seu quadrado
Mas apesar de todos as horas em alfândegas, e o tempo perdido para se andar sobre um território que um dia já foi mais unido do que é hoje, nossa viagem foi excelente. Aprendemos muito sobre arquitetura, história e principalmente sobre nossa cultura. Nos conhecemos melhor e fizemos muitas amizades. Ouvimos novas músicas que fizeram nossa trilha sonora, e que na hora até não me pareceram tão apropriadas, mas que agora me parecem perfeitas para aquele momento.
Ado a-ado cada um no seu quadrado
Ado a-ado cada um no seu quadrado
Ado a-ado cada um no seu quadrado